Quem sou eu, criando?
- Nayline Monteiro
- 4 de mar. de 2024
- 3 min de leitura
Atualizado: 5 de mar. de 2024

Quem sou eu, criando?
Certamente, esta não é uma pergunta fácil de se responder. A partir dessa pergunta, várias outras surgem. Descobri que nunca parei para refletir sobre isso. Sabia que vivia uma vida criativa, mas nunca estabeleci algumas certezas da minha trajetória, e no entanto, cá estou! Comecei com alguns rascunhos no papel, algumas olhadas reflexivas para o céu, como se esperasse uma ajuda divina para poder responder à pergunta.
Antes mesmo de ingressar na pós-graduação, já mergulhava nos estudos sobre criatividade. O ato de criar sempre me intrigou profundamente. Recordo-me dos tempos em que ouvia frases como "Nossa, você é tão criativa", "A Nay vai fazer, ela é a mais criativa" e "Como faz para ser assim? Criativa como você." Confesso que, naquela época, adorava esses elogios. Eu era reconhecida como uma pessoa criativa e, antes de me embrenhar no mundo capitalista, imaginava viver exclusivamente da minha criatividade. Contudo, com o passar dos anos, tornou-se cada vez mais desafiador afirmar que todos somos criativos.
Eu ansiava por encontrar uma maneira de explicar que não era nada extraordinário, mas ainda não sabia como. Foi a partir desse ponto que decidi dedicar-me fervorosamente ao estudo da criatividade. Após devorar vários livros, posso afirmar que não há uma fórmula secreta para tornar-se uma pessoa criativa; existe, sim, um longo caminho de autoconhecimento, a partir do qual algumas coisas começam a fazer sentido (ou não!).
O autoconhecimento, nesse contexto, se revelou como um convite constante a aprofundar o entendimento do meu interior. Isso abriu portas para compreender-me como uma pessoa criativa, desvendando as camadas mais profundas do meu ser.
Ao longo dessa jornada, passei a compreender que o universo é um vasto desdobramento criativo, e meu entorno exerce um impacto crucial em meu ser criativo, seja de forma negativa ou positiva.
Por ser uma espécie de esponja energética, absorvo as emoções daqueles ao meu redor. A tristeza ou raiva de alguém próximo me deixa aflita, preocupada, e, mesmo que eu precise realizar algo que envolva criatividade, parece um desafio insuperável. Este é o lado negativo do impacto das pessoas. Por outro lado, o lado positivo é a alegria de viver momentos, o êxtase da felicidade ao estar com pessoas que compartilham da mesma energia.
Hoje, consigo traçar uma linha do meu processo criativo, mas isso não significa que seja um caminho linear.
[Rituais Criativos de Nay A Bonita:]
Primeiro, crio e depois agrego significado, conceito ou estratégia – um verdadeiro "quase caos".
Tenho ideias energéticas que rapidamente perdem a carga.
Preciso entrar em um "transe" um pouco melancólico para mergulhar e vestir minha pele criativa.
Raramente, faço algum rascunho.
Abandono a ideia e, posteriormente, retorno para tentar colocá-la no mundo.
Amo receber missões criativas e ajudar outras pessoas com a minha criatividade.
A paixão é, sem dúvida, a palavra que define meu ser criativo. Não sigo uma ordem específica; tenho alguns rituais, e são eles que me fazem mergulhar no puro suco da melancolia criativa, libertando-me para dar vida a qualquer ideia no mundo. Esses rituais são como portais para o meu universo interior, onde as chamas da inspiração ardem incessantemente. Quando me entrego a esses rituais, sinto a pulsante energia criativa fluindo através de mim.
Enquanto mergulho nas profundezas da melancolia criativa, encontro uma gama de emoções que servem como tinta para minha tela mental. É nesse estado de entrega que a magia acontece, permitindo que as ideias floresçam e se materializem de maneiras surpreendentes.
A liberdade que experimento ao abraçar minha paixão criativa transcende as barreiras da lógica e da ordem. Nesse processo, descubro constantemente a capacidade infinita de minha criatividade
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